Adaptado, filmado e encenado inúmeras vezes, o
enredo de A Bela e a Fera vai muito além da jovem obrigada a casar com uma
horrenda Fera que no final se revela um lindo príncipe preso sob um feitiço.
Nessa edição bolso de luxo da coleção Clássicos Zahar você encontra reunidas
duas variantes da história.
A versão clássica, escrita por Madame de
Beaumont em 1756, vem embalando gerações e inspirou quase todos os filmes,
peças, composições e adaptações que hoje conhecemos. A versão original, que Madame de Villeneuve
publicara em 1740, é de uma riqueza espantosa, que entre outras coisas traz as
histórias pregressas da Fera e da Bela e dá voz ao monstro para que ele mesmo
narre seu destino.
Toda em cores e ilustrada, essa edição conta com
ótima tradução do premiado André Telles, uma apresentação reveladora e
instigante assinada por Rodrigo Lacerda e cronologia das autoras. A versão impressa apresenta ainda capa dura e
acabamento de luxo.
Resenha:
Para quem me
conhece sabe o quanto gosto de contos de fadas, ainda mais aqueles que têm
versões diferentes daquelas comuns que lemos ou ouvimos quando éramos crianças,
sempre com finais felizes; prefiro os que têm finais diferentes desses.
E uma dessas
histórias, a minha preferida, é A
Bela e a Fera, que sempre me fez acreditar que a beleza interior é maior
que a casca que temos por fora. Tamanha inteligência que vai além de um rosto
bonito, uma conversa pra lá de interessante e rica em conhecimento, vale bem
mais que uma simples beleza que, com os anos, é modificada.
Optei por
reler essa história em uma edição de luxo da editora Zahar, conhecida pelas
edições mais belas de contos e outros clássicos no geral. Essa de A Bela e a
Fera tá um capricho que só vendo pra crer.
Nessa edição
encontramos um pouco além da história. Acabamos conhecendo um pouco mais sobre
as duas versões que vamos encontrar mais pra frente, uma riqueza em informações
sobre a obra no geral.
A primeira
versão é na verdade a mais conhecida, um conto com aproximadamente 30 páginas,
a que a maioria do público conhece e que faz jus ao comentário que fiz no
início dessa resenha, passa a mensagem que a beleza é mais que a simples
aparência. Inclusive foi ele que deu origem ao desenho da Disney, voltado para
o público infantil.
Já a outra
versão é mais adulta, tem cerca de 160 páginas, bem mais estruturada e rica em
detalhes, ponto esse que sempre me empolga, mas quando passa da medida acaba me
decepcionando. Foi o que ocorreu aqui. Infelizmente a história ficou maçante
demais, um desenrolar que foi além das expectativas, explicações demais ao meu
ver.
Mas, em suma,
a segunda versão é de fato boa, embora o encanto que imaginei que encontraria
não vi, talvez por ser uma versão mais adulta, o que sugere que foi baseado em
fatos reais, preferindo, assim, a do conto mesmo.
A edição,
como mencionei anteriormente, é linda, com diagramação perfeita, sem erros de
revisão e o capricho das ilustrações fecham a obra com chave de ouro.
Indico a todos
que gostem de conhecer versões diferentes dessas histórias a que somos
apresentados quando somos crianças e também para aqueles que querem conhecer as
edições da editora.
- Ame quem a ama, não se deixe enganar pelas aparências...